Se você pensa em aderir ao financiamento de veículos para colocar um carro novo (ou usado) na sua garagem, saiba que não está sozinho.
Segundo dados da B3, nada menos que 6 milhões de veículos foram financiados no Brasil. Esse número representa um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
Desses 6 milhões, 2,2 milhões eram novos e quase 4 milhões, usados. O levantamento inclui dados de motocicletas, carros e veículos pesados, como caminhões.
Será que sua compra vai fazer parte dessa estatística para este ou o próximo ano?
Se você está pensando em fazer esse tipo de operação para comprar um veículo, não deixe de conferir esse guia que:
- traz todas as informações necessárias para conhecer a modalidade de financiamento;
- responde as principais dúvidas para a tomada de decisão de compra;
- ajuda a decidir qual é o melhor momento nas suas finanças pessoais para contratar um financiamento que atenda suas expectativas.
Gostou? Então, confira a seguir.
O que é o financiamento de veículos?
O financiamento de veículos é, na prática, um empréstimo. Imagine que você queira comprar um carro novo, que custa R$ 69 mil, mas não tem todo esse dinheiro disponível para adquiri-lo à vista.
A alternativa, portanto, seria tomar uma linha de crédito de algum banco ou instituição financeira para pagar o valor à concessionária e dividir os R$ 69 mil em prestações mensais.
É claro que, como se trata de um empréstimo, uma taxa de juros vai incidir sobre o valor total do financiamento. Falaremos melhor sobre ela daqui a pouco.
Porém, diferentemente do empréstimo pessoal, o financiamento só é liberado quando associado à aquisição de um bem devidamente vinculado ao contrato.
Por isso, como você vai ver, os bancos e instituições pedem a documentação do veículo antes de registrar e concluir a operação de financiamento para qualquer cliente.
Tomada a decisão sobre o financiamento de veículos, porém, saiba que há um bom caminho a se percorrer entre a intenção e conseguir, definitivamente, a linha de crédito.
Crédito Direto ao Consumidor (CDC)Também conhecido como Crédito Direto ao Consumidor, ou CDC, esse é o tipo de financiamento mais comum e que se assemelha ao que explicamos no tópico anterior. Funciona como um empréstimo entre a instituição financeira e o comprador.
No CDC, enquanto o financiamento estiver em curso, o nome do comprador fica como proprietário do veículo no CLRV (documento do carro), porém, com uma observação de que existe uma alienação fiduciária em nome da instituição financeira.
A grande vantagem é que você não precisa esperar para adquirir o veículo, basta ter ou conseguir aprovação na linha de crédito com a instituição.
Se você tem um bom score de crédito e movimenta uma conta corrente em um dos principais bancos brasileiros, é provável que já tenha um limite pré-aprovado para financiamento de carro e pode, inclusive, solicitar aumento do valor caso o veículo que você deseja comprar seja mais caro.
O pagamento é feito aos poucos, em parcelas mensais que podem, em caso de imprevistos, ser renegociadas caso haja algum problema para que o comprador pague o valor acordado.
Embora tenha custos, tal renegociação garante que você não fique com o nome sujo, certo?
A desvantagem é que, como se trata de um empréstimo, no fim das contas, você vai pagar um valor mais alto do que o que o carro custou de fato. Isso acontece porque existe uma taxa de juros que é paga, também de forma parcelada, embutida na prestação.
Leasing financeiro
O leasing financeiro é muito comum no mercado financeiro atual, seja para veículos pesados, seja para carros de passeio.
Nele, a instituição financeira “compra” e da a posse do veículo escolhido ao arrendatário (nome que se dá ao cliente que contrata essa linha de crédito), acertando o período e o pagamento de contraprestações mensais.
Essas contraprestações, ou parcelas, normalmente têm valores menores do que a de um financiamento e é composta por uma parte que funciona como um aluguel e outra, que abate o valor do bem para uma eventual compra futura.
Assim, ao final do período estipulado, o arrendatário pode devolver a posse do bem, fazer um novo arrendamento para o mesmo veículo ou comprá-lo, de fato, pagando o Valor Residual Garantido (VRG).
Leasing operacional
Olhando sob o ponto de vista da contratação, o leasing operacional é bem semelhante. A principal diferença vai ser na forma como ele é gerenciado.
Assim, no leasing operacional, o arrendatário pode devolver o bem e pegar outro em substituição no mesmo contrato.
Além disso, enquanto no leasing financeiro as despesas de manutenção são do arrendatário, no caso do leasing operacional, é a instituição que arca com esses custos.
No leasing operacional, o prazo mínimo é de 90 dias e o valor das parcelas não pode superar 90% do valor do bem.
Existe ainda outra modalidade chamada leasing back, mas ela é exclusiva para negociações entre empresas.
Basicamente, funciona quando uma empresa vende seu bem para outra que, na sequência, devolve a posse para a outra usufruir enquanto paga as contraprestações.
Grandes empresas usam esse tipo de contrato para conseguir aumentar o capital de giro, por exempl
E quanto ao consórcio, ele também é um tipo de financiamento?
Algumas empresas de consórcio costumam chamar a modalidade de compra programada, autofinanciamento ou, até mesmo, investimento.
A forma mais correta de nomear o consórcio é como compra programada, já que você começa a pagar o bem antes mesmo de adquiri-lo, não é mesmo?
O modelo de consórcio funciona a partir de uma administradora ou empresa especializada que forma um grupo que possui o mesmo objetivo: comprar um veículo.
Dessa forma, cada participante paga um valor fixo por mês que é somado ao fundo comum e de reserva.
A cada mês um consorciado é sorteado e aquele dinheiro que ficou acumulado graças ao pagamento de todos os consorciados é usado para pagar o veículo.
Isso se repete a cada mês, até que você seja contemplado ou dê um lance vencedor.
Outro fator que difere o consórcio do financiamento é que ele não tem a cobrança da taxa de juros como forma de remuneração para a instituição que empresta o dinheiro.
Não existe razão para pagar juros se o consórcio é uma união de pessoas que se autofinanciam, certo?
Posso combinar dois financiamentos?
Pode. É possível você conciliar o pagamento de um financiamento imobiliário, por exemplo, com o de um carro. No entanto, há uma regra que os bancos sempre levam em consideração na hora de aprovar o crédito: os empréstimos, somados, não podem passar de 30% da sua renda mensal.
Para os bancos, se você compromete mais de um terço dos seus rendimentos em financiamento, é possível que você deixe de pagar a dívida em algum momento. Afinal, há outros gastos fixos no mês, como condomínio, água, luz, etc.
Posso transferir meu financiamento?
Se você está com dificuldades para honrar o pagamento de seu financiamento ou se precisa vender o carro mas ainda não quitou o seu financiamento, você pode, sim, transferir o empréstimo para o novo comprador.
Para isso, você deve comunicar o banco que deseja passar o financiamento para uma outra pessoa e a instituição vai realizar uma nova análise de crédito para verificar se o novo comprador se encaixa no perfil.
Se o banco der sinal verde, você pode fazer a transferência do financiamento e do veículo, nesse caso, nos moldes de uma venda formalizada.
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